As mulheres faturam mesmo?
Já diz aquela música da cantora colombiana Shakira que as mulheres já não choram, as mulheres faturam. Mas quem seriam essas mulheres? De onde vêm? O que fazem?
Com certeza elas não são escritoras. Apesar de ver que a literatura na final está cada vez mais ganhando espaço, "ficar rica" com a escrita, como muita gente acha que ficamos, é mais que um conto, é um mito. Bom, pelo menos é o meu caso.
Mas esse não é o ponto. O ponto é que hoje rolou um misto de felicidade e tristeza quando minha filha me disse que "quer ser escritora como a mamãe." Judiação. Mal sabe ela. Que corremos o risco de ser "canceladas" por expressarmos nossas opiniões se essa não agradar um grupo ou outro.
Que muitas pessoas preferem investir em um vídeo game moderno ao invés de gastar um quinto do valor comprando um livro. Que as livrarias tradicionais estão se acabando e sendo dominadas pelo consumo online.
Que triste isso! Me lembro da época em que eu ia à biblioteca da escola e pesquisava na Barsa. Quando entrávamos lá e sentíamos os cheiros dos livros, folheávamos as páginas e buscávamos as coisas nos cartões de referência. Quando a recomendação era feita no boca a boca.
Claro que o mundo mudou, e para melhor. Hoje o consumo da literatura pode ser feito no físico e no digital. Apesar de ainda existir, o boca a boca deu lugar a influenciadores digitais e resenhas de avaliação na Amazon. Se você não está nesse meio, você não é visto. E já dizia minha avó: quem não é visto, não é lembrado.
A grande verdade é que quem escreve, não o faz por dinheiro. Faz por amor. Amor por compartilhar ideias e experiências. Por trazer à imaginação das pessoas uma história. Quem sabe até são um pouco egocêntricas por achar que vão mudar algo. Não sei. Posso falar por mim.
Escrevo para descarregar a mente. Para tirar da minha cabeça as mil ideias que aqui moram. Tenho livros impressos, livros pela metade, livros prontos e ideias de livros. Como disse uma amiga "você não para?" Não, não paro. Até porque trabalho com a escrita também.
Talvez seja daí que vem a ideia da Valentina. Vai saber. Sei que, se vocês souberem onde estão essas mulheres que faturam, me digam onde estão. Quero ser uma também!