Esses dias estava conversando com uma amiga, futura mãe, sobre a gravidez. Ela me contava sobre o ultrassom de 16 semanas e eu lhe comentei que passado esse, que é um dos momentos mais estressantes da gestação, o resto é maravilha.
Maravilha? Como assim, maravilha? Quem vê pensa que eu não passei nove meses vomitando. Ou com dores. Talvez eu tenha me "esquecido" de como são ruins aqueles testes de glicose que parecem refrigerantes de laranja ou limão com açúcar adicionado. Realmente, o esquecimento bateu mas as memórias logo voltaram.
Vamos falar sobre o exame de glicose. Acho que com certeza foi uma das coisas mais traumatizantes que eu passei. Na primeira gravidez tive que chegar ao laboratório às seis da manhã, de jejum, e tomar aquela gororoba horrorosa com sabor de refrigerante de limão adocicado a cada hora. Por pouco não vomitei. Toda vez que tentava dormir, a enfermeira voltava. Foram três horas no inferno.
Na segunda, mudou o gosto e o método, mas o sofrimento foi pior. Isso porque enquanto na primeira gestação eu fiquei numa salinha só com o Rodrigo, na segunda eles me deram aquele líquido horroroso e eu, em jejum e passando mal, tive que ficar três horas fazendo nada, na sala de espera do laboratório. Nem precisa dizer que uma hora nem olhar mais para o celular eu conseguia.
Realmente, um dos piores exames da história, sem sombra de dúvidas. O pior foi quando, na gravidez do Thomas, a médica disse que talvez tivesse que repetir para ter resultados mais específicos. Disse que não precisava, que eu voluntariamente adotaria uma dieta.
Não que fizesse muita diferença. Tudo que eu comia, eu vomitava. Abrir a geladeira e olhar a caixa de leite me dava enjôo. Ouvir a palavra "paella" me fazia vomitar. O resultado foi que perdi 6kgs nos 6 primeiros meses de gestação.
Alegria? Que nada. A maioria das grávidas 100% plenas só existem nas novelas e nos filmes de amor. A realidade de muitas mães é que, na verdade, passamos a gestação inteira esperando o bebê sair, para quando ele sai, rezarmos para ele voltar. Mas isso, é assunto para outra hora.