Posso dizer que meu processo criativo todo começou com textos para adultos. Em São Paulo, ainda com meus 20 e poucos anos, ia para casa todos os dias de ônibus e registrava o que eu via durante o meu trajeto em posts curtos do Facebook. Até hoje, muita gente se lembra dos textos sobre o salgadinho e sobre as pessoas sem fone que escutavam musica alto. Assim começou...
Com o passar do tempo, comecei a perceber que a observação ia além daquele momento de tédio criativo dos trajetos de uma hora para casa. Passei a olhar o meu entorno na familia, no trabalho e as pessoas na rua. Com isso, forma surgindo textos emais textos sobre temas diversos. Ao me mudar para Madri, comecei a escrever sobre o meu cotidiano aqui, tão distante da realidade de muitos.
Em seguida, vieram os textos de maternidade, de reflexões, e sobre todos os outros temas. À media em que fui escrevendo, percebi que o processo criativo para textos de adulto era também um exercício de observação, tal qual para crianças. Entretanto, não era sobre olhar para as necessidades dos pequenos, mas sim de passar uma realidade que talvez muitos não conhecçam e trazer reflexões pouco conversados.
Durante esse tempo, passei a escrever meus textos como forma de terapia, e colocarva tudo para fora o que estava sentindo. A raiva, o amor, a trsiteza, a saudade... Daí surgiram pelo menos mais uns três livros que tenho prontos mas que ainda não foram publicados. Ao mesmo tempo, há o Manual de uma Mente Descontrolada, que nasceu da necessidade de falar das minhas neuras e manias. Com esse livro, percebi que muita gente tem preocupações similares, apesar de não compartilharem.
No final, meus livros para adultos são uma tentativa de entender o mundo hoje, meu lugar nele e o que posso fazer para ajudar. Seja escrevendo sobre a maternidade, sobre manias, ou sobre relatos de vozes não escutadas, são temas muito próximos do meu coração. Hoje, escrevo para ora trazer leveza, ora conscientização, alcançando a públicos distintos e trazendo à tona assuntos de interesse geral.